20140619

Estudo revela os atletas mais “vendáveis”

Pesquisa aponta Cristiano Ronaldo com marca mais forte; Neymar é 7º
Melhor jogador do mundo em 2013, artilheiro e campeão da Liga dos Campeões e classificado para a Copa do Mundo deste ano. Além de todos os seus méritos esportivos, Cristiano Ronaldo também tem o que comemorar fora dos campos. De acordo com uma pesquisa da Repucom, valendo-se da ferramenta Celebrity DBI (Davie-Brown Index), que mensura a percepção do público sobre um astro, o português é o jogador de futebol mais “vendável” para marcas.

De acordo com a pesquisa, Ronaldo tem a marca mais forte do futebol, à frente de Lionel Messi e Gerard Piqué, que completam o pódio (veja ranking abaixo). O luso garantiu 83,87% de reconhecimento global e, em mercados como Itália, Espanha e Argentina, 95%. Em relação a ser um trendsetter – ditador de tendências dentro do esporte –, o camisa 7 do Real Madrid tem 82,45% de reconhecimento. Tais dados o deram um “score” de 79,49 na escala DBI.

Tido como a maior transferência da história do futebol (uma vez que as cifras da compra de seu colega de equipe Gareth Bale nunca foram confirmadas), Cristiano Ronaldo faz ótimo uso deste seu potencial de marketing. Ele acumula patrocinadores como Emporio Armani, Herbalife, KFC, Samsung, Emirates Airlines e Nike, esta última tem uma linha de produtos dedicadas a CR7 e pagaria ao astro US$ 9,5 milhões de dólares ao ano. “Ronaldo é o sonho de qualquer patrocinador. Além do valor para sua equipe, ele é muito importante para as marcas que o apoiam. O seu poder comercial é reforçado nas mídias digitais, já que ele tem 82 milhões de fãs no Facebook e 26 milhões de seguidores no Twitter”, afirmou Paul Smith, fundador e CEO da Repucom.

Em segundo lugar aparece o rival Messi, que além de concorrer com Cristiano Ronaldo dentro de campo, também vê seus patrocinadores em disputa direta com os do luso, casos de Adidas, Turkish Airlines e Dolce & Gabbana. Atleta mais bem pago do mundo (salário de US$ 27,5 milhões por ano), o argentino teve 75,87 pontos DBI, com 76,07% de global awareness. Completa o pódio o espanhol Gerard Piqué, com 62,8 pontos DBI e 58,09% de awareness global. O defensor é impulsionado também pelo “fator Shakira”, uma vez que o fato de ser casado com uma grande cantora pop também joga a favor de sua reputação com as marcas.

Entre os 10 atletas com marca mais poderosa e maior repercussão do futebol, sete são atacantes (além de Messi e Cristiano Ronaldo, Ibrahimovic, Henry, Fernando Torres, Rooney, Neymar). Há apenas um meio-campista (Iniesta), um zagueiro (Piqué) e um goleiro (Casillas), todos espanhóis.
Neymar é o único brasileiro na listagem
A atual campeã da Copa do Mundo tem quatro representantes na lista, enquanto Portugal, Argentina, Suécia, Inglaterra, França e
Brasil têm apenas um cada. Seis desses astros atuam no Campeonato Espanhol – mais especificamente em Real Madrid e Barcelona.

Dois estão em times ingleses, enquanto França e Estados Unidos abrigam um cada. Dois dos atletas com marca mais poderosa não virão ao Brasil: Ibrahimovic, já que sua Suécia não se classificou; e Henry, já veterano e afastado da seleção francesa – mas ainda assim ativo para seus patrocinadores.

Em relação a empresas de material esportivo, a Nike está na frente: seis destes atletas possuem contrato com a marca americana, contra três da Adidas e um da Puma. “Patrocínios a jogadores de futebol têm uma maneira poderosa de criar conexão emocional com as marcas. A estrela pode não apenas aumentar o brand awareness, mas criar uma conversa sobre os produtos e aparecer em momentos cruciais para o sucesso da companhia”, disse Paul Smith.

O sistema Davie-Brown Index foi criado pela The Marketing Arm, agência de promoção do grupo Omnicom que recentemente se aliou à Repucom. A pesquisa levou em consideração percepções de um público entre 16 e 69 anos em 13 países, o que representa um montante de 1,5 bilhão de pessoas.

Brasileiro: Neymar está na sétima colocação do estudo, com 59,36 pontos DBI e 53,33% de global awareness, além de aproximadamente 22 milhões de fãs no Facebook e 11 milhões de seguidores no Twitter. O atleta é o único brasileiro no ranking e o atleta mais jovem da lista (22 anos), e como se transferiu para o Barcelona apenas na última temporada, sua marca ainda carece de internacionalização – fator que já está sendo fortemente trabalhado. Segundo o estudo, o contrato de Neymar com a Nike gira em torno de US$ 7 milhões anuais e é válido por mais 11 anos.

Os próximos passos da parceria entre a marca e o atacante são promissores: o modelo de chuteiras Hypervenom, que substituiu a tradicional Total 90 no portfólio da empresa americana, foi feito especialmente para o brasileiro, maior embaixador desta linha. Neymar ainda tem contrato com 10 outros patrocinadores, tais como Red Bull, Panasonic, Claro, Tenys Pé, Lupo, Guaraná Antarctica, Unilever, Volkswagen, Santander e Baterias Heliar.

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20140604

Alta tecnologia muda hábitos até no vaso sanitário

O vaso sanitário inteligente Washlet, da Toto, é exibido no museu da empresa no Japão, ao lado de vasos antigos.

Como os iPhones, os vasos sanitários cheios de aplicativos são objetos de desejo no Japão. A tampa levanta automaticamente. O assento aquece. Jatos de água instalados no seu interior fazem a limpeza necessária. Alguns podem até ser sincronizados com o smartphone do usuário via bluetooth para tocar sua música favorita nos alto-falantes embutidos do vaso.

Cerca de 75% dos lares japoneses já possuem esses vasos sanitários, a maioria deles feita por duas companhias: a Toto Ltd., a maior produtora japonesa, e a Lixil Corp., onde Yoshiaki Fujimori é diretor-presidente.

O executivo vai lançar agora esses produtos nos Estados Unidos. A Lixil está incluindo os vasos com "bidês internos" ao catálogo da American Standard Brands, empresa que adquiriu em 2013 por US$ 542 milhões. Poucas pessoas precisavam de um smartphone antes do iPhone da Apple lançá-lo. O mesmo acontecerá com os novos vasos sanitários inteligentes da American Standard, diz Fujimori.

A Toto e a Kohler, fabricante americana de acessórios para banheiro, vendem há vários anos o que chamam de bacia sanitária com funções de bidê nos EUA. Além dos banheiros de celebridades de Hollywood, no entanto, o produto ainda não conquistou espaço em muitas residências. O seu preço pode chegar a mais de US$ 5.000, mais de dez vezes o de um modelo convencional.

Em 2011, durante participação no programa da apresentadora de TV americana Oprah Winfrey, a atriz Whoopi Goldberg chamou seu Washlet, um assento eletrônico que se encaixa na maioria das bacias sanitárias convencionais, fabricado pela Toto, de "a maior invenção da face da terra".

Lançada em 1980 no Japão, a linha Washlet fez da Toto uma pioneira em dispositivos inteligentes. Ela está nos EUA desde 1993. Diferentemente da Lixil, a Toto quer crescer organicamente, sem aquisições, promovendo sua própria marca.

"Claro que a geração de lucros é importante, mas acreditamos que ter raízes em um país e contribuir com a indústria local de vasos sanitários [são objetivos que] devem vir primeiro", diz Soichi Abe, gerente geral dos negócios internacionais da Toto, em entrevista ao The Wall Street Journal na sede da empresa, em Kokura, cidade na ilha japonesa de Kyushu.

A Toto não informou detalhes sobre as vendas dos Washlets nos EUA, mas afirmou que estão crescendo duas vezes mais rápido que o setor de vasos sanitários em geral. A empresa de pesquisas Freedonia Group espera que as vendas de acessórios para banheiro nos EUA, incluindo bacias sanitárias, cresçam 6% por ano até 2017, para US$ 12 bilhões.

No Brasil, o mercado de vasos sanitários inteligentes ainda é insipiente e concentrado em residências e hotéis de alto luxo. Mas a expectativa é de crescimento. A Toto Brasil, subsidiária da empresa japonesa, que está no país desde 2011, informa que 25% de seu faturamento vêm das vendas de sanitários inteligentes. O carro-chefe é o assento Washlet, que custa cerca de R$ 3.000 e é responsável por 80% das vendas. O hotel Emiliano, em São Paulo, e a Casa de Caras, em Itapema, Santa Catarina, possuem este item de luxo em seus banheiros. Segundo um porta-voz da Toto Brasil, os seis camarotes VIP da Arena Corinthians, o Itaquerão, também contam com Washlets.

O sanitário completo, da linha Neorest, que além dos dispositivos de limpeza também conta com sensores que permitem a abertura da tampa e descargas automáticas, tem um preço mais alto, em torno de R$ 20.000. O banheiro da sala do conselho de administração do Banco Itaú possui um Neorest, assim como a casa da apresentadora de TV Ana Maria Braga e a mansão do magnata da comunicação Roberto Irineu Marinho, no bairro do Cosme Velho, no Rio de Janeiro, segundo a Toto Brasil.

As vendas brasileiras do Washlet aumentaram 25% desde 2012 e as do Neorest, 15%, crescimento suficiente para o Brasil ser o único país da América Latina a ter uma subsidiária independente. Os demais países da região são atendidos pelo Departamento de Vendas da Toto EUA. Na esteira do crescimento dos imóveis de alto padrão, o consumidor residencial já representa perto de 90% das vendas da Toto no país. "Estamos presentes no mundo corporativo e na hotelaria de luxo, mas a maior parte das nossas vendas é para residências de classe alta", disse o porta-voz.

Também focada em residências de alto luxo, a americana Heaven Spas, há dois anos no Brasil, vende um produto de menor custo (em torno de R$ 9.000) e com recursos tecnológicos, de assentos com temperatura regulada até descargas automáticas. "O nosso produto é como o pedágio eletrônico nas estradas. Depois que você descobre, não quer mais enfrentar fila", diz Constantino Ester, diretor comercial da Heaven Spas. Ela não divulgou dados sobre as vendas no Brasil.

Nos EUA, a concorrência deve crescer. A American Standard planeja uma campanha publicitária entre US$ 3 milhões a US$ 5 milhões para promover seus vasos sanitários inteligentes. A Toto fechou acordos com hotéis de luxo, como o Kitano, em Nova York, para instalar os Washlets nos quartos. A empresa afirma que muitos consumidores que descobrem os vasos inteligentes dessa forma acabam comprando o equipamento para suas casas. Fonte The Wall Street Journal.

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20140602

Nas empresas colegas mais velhos aprendem com jovens

Troca de papéis: colegas mais velhos aprendem sobre redes sociais com mentores jovens
Ron Garrow, diretor de recursos humanos (dir.), e a analista Rebecca Kaufman na sede da Master Card, em Purchase, no Estado americano de Nova York. A jovem vem ensinando o executivo a fazer melhor uso das redes sociais.

Há uma grande divisão digital nos ambientes de trabalho — entre os funcionários de vinte e poucos anos com habilidades em redes sociais e os gestores mais velhos, com poucos conhecimentos tecnológicos. Para lidar com isso, mais empresas estão adotando o processo de "apadrinhamento reverso", formando duplas entre jovens funcionários e outros mais velhos, para que as habilidades tecnológicas sejam trabalhadas.

A prática está em alta nos últimos três ou quatro anos, segundo Didier Bonnet, líder de práticas globais da Capgemini Consulting, em Londres. "O principal objetivo é elevar o QI digital de líderes de negócios nas empresas."

As duplas nem sempre funcionam, diz Bonnet. Elas são normalmente intimidadoras para os jovens mentores e incômodas para os mais velhos, que podem ficar constrangidos em revelar o pouco que sabem. Objetivos claros, boa química, comprometimento de tempo e mente aberta entre os executivos sêniores aumentam as chances de sucesso, diz ele.

Rebecca Kaufman, uma gerente comunitária de 24 anos, com dois anos de experiência em comunicação digital na MasterCard, diz que ficou "definitivamente intimidada" quando uma rede de jovens profissionais na empresa a colocou como mentora de um executivo de 50 anos, Ron Garrow. Kaufman estava usando as redes sociais há quase dez anos, mas a missão de ajudar um executivo graduado a melhorar sua presença nas redes sociais era intimidante.

Garrow, chefe de recursos humanos da MasterCard, queria usar as redes sociais para se relacionar melhor com os funcionários nascidos depois de 1980, que representam 37% dos 9.000 empregados. Em 2010, eles eram 10%. O executivo também queria atingir novos consumidores e ampliar a percepção da nova imagem da MasterCard, que migrou de uma companhia de cartões de crédito para outra focada em tecnologia de pagamentos.

A dupla se encontrou duas vezes em dezembro e janeiro no escritório de Garrow. Eles mantiveram o contato através de e-mails ou conversas, em pessoa ou pelo telefone, várias vezes por semana.

O executivo prontamente abraçou a primeira sugestão de Kaufman — visitar o LinkedIn todos os dias, não semanalmente, e começar a compartilhar artigos com seus contatos. Mas ele ficou assustado com a ideia de usar o Twitter. A importância de evitar declarações públicas arriscadas estava profundamente arraigada em Garrow, que trabalhou em dois grandes bancos por 26 anos antes de se unir à MasterCard em 2010. Os executivos lá "passavam por várias rodadas de aprovação" antes de dizer qualquer coisa em público, diz ele.

Kaufman o encorajou, dizendo que o Twitter "é um novo jogo de bola. Ele aumenta a possibilidade de contato com qualquer pessoa na qual você esteja interessado." Quando ela perguntou "Como você quer se apresentar lá fora?", ele não estava seguro em como responder, além de promover a MasterCard. Pai de quatro filhos com idades entre 14 e 26 anos, Garrow diz que foi humilhante notar que "Aqui está esta garota de 24 anos, da idade de meus filhos, e eu estou completamente dependente dela."

Ao notar que a "reputação de Ron estava em jogo", Kaufman conta que fez pesquisas para identificar especialistas em recursos humanos e escritores que fossem influentes em redes sociais. Garrow abriu uma conta no Twitter, preencheu o seu perfil e praticou usando o site.

Kaufman o ajudou em seus primeiros tweets. Em uma visita à Universidade de Michigan, no mês passado, Garrow quis tuitar uma foto sua e de um colega com estudantes de MBA. Ele enviou a Kaufman um e-mail com uma descrição rápida do evento, uma simulação com os estudantes de uma reunião corporativa com investidores, acrescentando "Eu quero tuitar isso, mas não sei ao certo como", diz ela.

Kaufman sugeriu uma nova frase. Garrow reescreveu a mensagem e tuitou a foto em questão de minutos. Duas semanas depois, ele estava tuitando fotos de uma viagem de negócios a Paris por conta própria.

Depois de cinco meses trabalhando juntos, Garrow tem agora 2.352 contatos no LinkedIn, checa o Twitter de oito a dez vezes por dia, segue 109 pessoas e tuita cerca de 50 vezes por mês. E já tem mais de 400 seguidores.

Garrow e Kaufman tiveram que lidar com diferenças de geração. Depois de uma recente conferência, enquanto os dois voltavam de carro para o escritório e Kaufman trabalhava em seu smartphone, Garrow iniciou uma conversa sobre a carreira dela. Eles conversaram por um tempo, mas ela logo voltou seus olhos para o celular. Kaufman diz que apreciou o interesse que ele demonstrou, mas que não percebeu que ele ficou desconfortável.

Para ele, o comportamento dela foi "um pouco estranho". Na idade dela, ele teria se esforçado para deixar uma boa impressão para um gestor sênior. "Eu pensei, 'este comportamento não é diferente do da minha filha de 14 anos quando entra no carro e não fala comigo porque está enviando mensagens para amigos, olhando o Instragram, checando o Facebook", diz.

O trabalho conjunto gerou benefícios para ambos. Kaufman foi convidada a ser mentora de outros dois executivos sêniores, pessoas que ela não iria conhecer de outra forma, diz ela. O relacionamento aumentou sua confiança, segundo ela.

Garrow está ampliando o papel de mentora de Kaufman, pedindo a ela que avalie novos sites internos para ver se eles são atraentes para os empregados mais jovens.

Cerca de 100 funcionários da MasterCard de cinco localidades participaram do "apadrinhamento reverso" desde que ele foi lançado, em 2011. A Mars Inc. e a Cisco System Inc. também têm programas do gênero.

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