20131121

Inovação e desenvolvimento de pessoas na pauta dos CEOs

Inovação calcada em novas tecnologias e no desenvolvimento das pessoas. Essa é a estratégia idealizada pelos CEOs brasileiros para enfrentar as transformações do cenário econômico mundial nos próximos cinco anos, de acordo com estudo da consultoria de altos executivos Fesa.

O levantamento ouviu cem CEOs de grandes empresas com sede no Brasil, dos setores de bens de consumo, indústria, infraestrutura, TI, telecom e mercado financeiro. Os gestores responderam a perguntas abertas sobre os fatores que vão impulsionar a inovação, as oportunidades de criação de valor para as empresas, os quesitos necessários para atrair e reter talentos, o papel da tecnologia na atuação das companhias e como se dá a preparação de futuros líderes.

As novas tecnologias foram mencionadas por 32% dos respondentes como o principal elemento da inovação nas empresas - o que significa avanços em hardware, software, métodos de trabalho, constituição de espaços físicos e demais fatores relacionados à evolução dos sistemas organizacionais. "Os ciclos hoje são muito rápidos. Se algo funciona bem, já foi copiado ou está obsoleto", avalia Denys Monteiro, CEO da Fesa. "É preciso ter um olhar paranoico na busca de novas maneiras de fazer as coisas."

O recurso humano como condutor das novidades corporativas foi lembrado por 25% dos CEOs, que disseram considerar a gestão e o desenvolvimento dos profissionais como fundamentais para inovar. "As pessoas são o motor desse processo e devem ser engajadas para que a inovação ocorra de baixo para cima e não o contrário", afirma Monteiro. "É o que acontece nas empresas mais inovadoras", ressalta.

No estudo, o desenvolvimento do capital humano aparece também entre as principais oportunidades de criação de valor para as companhias, com 16% de participação nas respostas. Nesse aspecto, o desenvolvimento de soluções personalizadas foi a resposta mais computada, com 34%, seguida do relacionamento diferenciado com o cliente (26%) e da consolidação da marca (24%).

Para atrair e reter os talentos que darão continuidade às práticas de inovação, o grande trunfo das empresas são as oportunidades de crescimento, desenvolvimento e mobilidade, ressaltadas por 38% dos CEOs. O ambiente de trabalho foi destacado por 20% deles. "O desafio é engajar as pessoas de acordo com os objetivos da companhia", afirma Monteiro. "Elas têm de se sentir parte da construção do futuro, como pilotos. Se forem tratadas como robôs, irão embora. Os colaboradores só vão se sentir felizes se perceberem que estão evoluindo."

Nessa escala de recompensas, a remuneração financeira ocupa uma posição secundária. De acordo com Monteiro, a partir de certo patamar da carreira, dinheiro é commodity e um aumento de 30% ou de 50% no salário não vai mudar o padrão de vida do executivo. "Nesse caso, ele está mais interessado em saber se tem chances de dar certo, de deixar sua marca na gestão da companhia". De fato, remuneração e benefícios foi o atributo menos apontado pelos CEOs entre os fatores de atração, retenção e motivação de recursos humanos, superado também por cultura e valores da empresa/marca (15%) e modelo de gestão (17%).

A preparação de líderes é um dos pilares das chances de crescimento dos profissionais. Os presidentes elencaram programas de desenvolvimento externo e interno (41%), como cursos avançados de gestão, e vivência de situações de liderança "on the job" (30%) como as práticas de capacitação mais comuns para os potenciais gestores.

Em termos de estratégia de mercado, os CEOs dão indícios de um relacionamento mais próximo com os clientes de suas companhias. Novas ferramentas de comunicação para um novo perfil do consumidor correspondem a 15% dos principais fatores que vão impulsionar a inovação. Já o relacionamento diferenciado com o cliente responde por 26% das principais oportunidades de criação de valor para as corporações.

Aumento da proximidade com o cliente, por sua vez, surgiu em 15% das respostas sobre de que forma a tecnologia tem influenciado a atuação e a estrutura da empresa. "Os clientes são o motivo pelo qual as empresas existem. Quanto mais habilidosas elas forem ao fazê-los se sentirem únicos na entrega de produtos ou serviços, melhor." Fonte Jornal Valor.

Narciso Machado - NCM Business Intelligence